sábado, 9 de agosto de 2008

Idades

Quando eu era criança queria ser jogardor de futebol, ser astronauta, ser adulto.
Adolescente, pensava na próxima festa, no próximo copo de qualquer mistura imprópria, pensava na próxima garota a ser conquistada, em quantas já haviam sido.

É engraçado como a vida passa, como as pessoas passam, como tudo um dia acaba mudando.

Lembro de quando fazia pré-escola.

Lembro de quando ganhei uma mochila de rodinhas, de como queria ter uma agenda eletrônica, de comprar milhares de figurinhas pra tentar completar um álbum.

Lembro quando ganhei meu primeiro video-game, de treinar tanto pra terminá-lo.

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Quando eu for velho?
Serei velho e só.
Mas não serei sozinho.
Terei toda minha vida, vivida.
Cada pessoa, cada fase, cada mudança.

Serei minha tia da pré-escola,
minha mochila de rodinhas,
meu primo, os carrinhos de rolimã
e os acampamentos no quintal.

Serei junhinho bill, jujuba, minha mãe.
Cada casa que morei, cada dia sem lanche pra guardar dinheiro.
Cada partida de futebol contra a parede, cada narração à Silvio Luiz.

Serei minhas brigas na escola,
minha primeira paixão.

Serei todas as bebedeiras,
as brigas no futebol do intervalo
e as brigas pelo ventilador.

Os condensados reader's digest.
Júpiter e Hércules.
Potter e Tolkien.
Son Goku e Peter Parker.
Legião Urbana e Pearl Jam.

Rio de Janeiro, Vitória, Porto-Seguro,
Salvador, Aracaju, Maceió e Recife.

Serei Riberto, Gisele, Raul, Priscila e Júnior.
Rose, Flávio, Aline e Adriano.
Ângela e Jorge.
Dafine.
E poderei morrer, feliz.